quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Viver nossos problemas não é egoísmo.

Às vezes dá uma vontade incrível e enorme de sair de onde eu estou e ir direto pra uma ilha deserta, pra um lugar que ninguém saiba chegar ou sei lá pra onde, mas que eu passe a viver só comigo e com os meus pertences.
Tá, isso é impossível, visto que sou uma pessoa movida por pessoas. Mas sabe quando dá aquela vontade de sumir de tudo e de todos, de querer ver o que ainda não está aqui, de querer conhecer algo que nunca se criou? É.

Sabe, há momentos na vida em que tudo de chato acontece ao mesmo tempo, parecido com aquele programa do Multishow com o Bruno Mazzeo, "Cilada". Aquilo é uma mostra do encontro de todas as chatices possíveis e imagináveis, e reais, é claro, num dia só.
Representa todas as mínimas coisas que irritam vindas de todas as direções e que tomam o mesmo sentido: Você. No trabalho, em casa, na rua, na vida. É hora de soltar aquele "Puta que Pariu!".

Quando digo isso parece que é exagero, visto que existem problemas maiores pelo mundo afora... Sempre chegam aquelas pessoas falsas-moralistas que parecem que vivem tendo orgasmos com tudo o que acontece de lindo em suas vidas e falam: "Nossa, mas porque reclamar por algo tão miúdo?" ou "Lembre da fome na África!" ou "Imagine aquelas criancinhas morrendo desidratadas!".
Sim, eu imagino. Mas infelizmente elas não estão aqui do meu lado pra eu ajudar. Ajudo o pessoal da Região Serrana do Rio de Janeiro, ajudo a reciclar o lixo da minha rua, faço doações, economizo água.

Será que é exagero se incomodar com o que te diz respeito? É exagero se irritar com coisas do seu dia-a-dia? Se não for assim, me desculpem, mas nunca sofreremos pelos nossos próprios problemas. E isso é um direito que temos.

Logo, viver nossos problemas não é egoísmo. É viver.

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