domingo, 29 de maio de 2011

Para não quebrar a tradição.

Dia 29 de maio, 23:19h. Ainda dá tempo de escrever algo.
Não pensei em algo antes de vir pra cá, só quero não quebrar a tradição de um post a cada mês. Mas é claro que se entrasse aqui ia ter alguma ideia. Esse blog é minha casa.

Poderia escrever sobre a Receita - Parte 2. Mas isso vai ficar pra próxima, visto que ainda tenho que elaborar as minhas conclusões.
Vou falar de mim. Estou precisando muito disso.

A sensação que eu tenho é que eu mudei demais em pouco tempo. Mudar é algo muito forte... Então não sei se me encontrei, se me adaptei ou se me conheci. É difícil definir.
Olha que engraçado: Há uns anos eu tinha certeza de que aquela era eu. Pensamentos, jeito, diálogos. Crítica, ousadia e muito rock. E pelo contrário, eu era a única que não idealizava o meu futuro. Todas as minhas amigas já tinham os nomes das suas filhinhas e filhinhos, já sabiam onde iriam morar e com o modelo de homem que iriam casar. Eu, sinceramente, cagava baldes pra isso. Queria mesmo era pensar no hoje... Isso me agradava. Escolher a roupa só meia-hora antes de sair; preferir andar de ônibus do que de carro; usar minhas roupas "estou nem aí pra você"; ir ao cinema sozinha uma vez por semana e ouvir muito CBJR 1998 com RHTP e Nirvana.

Hoje... Hoje me pego em situações em que penso: "Gente, eu nunca preferi isso!" E me pergunto o porquê de ter certeza com quem eu vou casar e da onde vou morar. Do que vou fazer da vida, de qual vai ser a minha filosofia e quais lugares que vou frequentar.
Minha essência eu não perdi, porque isso não se perde.
De repente o que houve foi uma questão de aprendizado e de amadurecimento. Mesmo tendo um pouco da sensação de que eu regredi a algum estado. Às vezes sinto vontade de voltar àquela inocência e ao simples fato de querer viver aquele minuto ligando o foda-se pra quem estivesse do meu lado. Eu era mais eu. Eu me importava tanto comigo, que hoje eu tenho ciúmes do tempo com a minha antiga pessoa.

Pode ser pelo fato de que eu tirava muitas horas do dia só pra mim, pra me conhecer e curtir comigo mesma. Será?
Será que eu me amava mais? Ou será que ainda não descobri que me amo mais do que antes?
Vou refletir.
Obrigada por ler.