domingo, 27 de dezembro de 2009

Eu juro que te vejo

Eu juro que te vejo entre os meus cabelos ao vento
Quando me debruço no parapeito
E espero a novidade aparecer diante do cotidiano da avenida
Eu juro que te vejo pela janela, num domingo, naquela calçada
Sob a luz amarela das ruas
Que iluminam o seu andar
Todos que passam viram alguém
E estão sob o meu olhar.
O meu sono que não vem, o meu tempo que não passa
A minha certeza de que aqueles são você me detém
Sentindo o coração bater
E acolher a nostalgia que se espalha
Por dentro de mim
Inteira
Sem esquecer de nenhum pedaço que me falha.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A saia alta e o colar de pérolas

Definitivamente não me agradam, mas isso não vem ao caso. A imagem de um bando de garotas com o cabelo alisado, com aquela saia preta quase no peito, com a blusa coladinha, lançando um colar de pérolas e tentando dar uma de equilibristas no mega salto-pra-ele-ver, pra tentar entrar numa moda retrô, me dá náuseas. Quando saio na noite (e pasmem, mesmo de dia) e vejo aquela vasta multidão vestida igual, e mais, com todos os meninos gola V as cercando, me surgem mil perguntas na minha cabeça ao mesmo tempo. Será que só eu sinto repúdio? Será que vou ser obrigada a viver cada vez mais num mundo forçado pela imagem? E essa imagem de todos tentando alcançar o ideal, será que um dia vai acabar? Sei não.. mas cada dia que passa eu vejo mais meninas idênticas. I-dên-ti-cas. Não consigo diferenciá-las! Os meninos gola V pelo visto gostam da mesmice. Talvez a moda seja a mesmice. Mas a moda sempre existiu, o problema não é ela, são as pessoas que a cada batom vermelho e objeto super-retrô ficam mais obcecadas pelo que vão causar no olhar do outro.
Me surpreendo com a lente de aumento em valores que não valem a pena, que não possuem fundamentos, verdades, sentimentalismo. Está tudo cristalizado. Todos se petrificando e perdendo a essência humana, o calor das relações, o prazer de fracassar e chorar, o poder da auto-reflexão.
Não entendo como é melhor viver no mundo da perfeição à primeira vista e sem os prazeres reais... O que há de tão fascinante no status social que a vida sem ele não proporciona?

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Não chego nunca

Não gosto de onde estou, quero mudar, mas o mais agoniante é que não tenho forças pra isso. E o pior é quando lembro que já tive forças e já mudei, e agora fico me perguntando porque não o consigo fazer de novo. É algo que angustia aqui dentro, envolve meu peito e parte pra minha cabeça e se instala como uma placa de ferro.
Quero ser do meu jeito, quero viver os meus maiores prazeres, sair na rua e rir à toa, olhar pro céu e respirar fundo com a alegria entrando pelo meu pulmão.
Descobri algo importante nessa minha pequena porém interessante estadia na Terra: Quando você se preocupa demais para algum feito dar certo, esqueça. Esqueça mesmo, só com algum desapego e mínima atenção você consegue magicamente transformar aquilo que desejava. É incrível, eu sei. Mas experimente levar a sua preocupação e o resultado de maneira inversamente proporcional...
É o que acho que vou fazer. Ou tentar, primeiro.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Filosofando

é simples como 2+2 são 4; é claro como a água cristalina; é fato como a crise imobiliária; é certo como a cerveja no bar.
é distante como o céu é da terra; é inalcansável como a cabeça nos joelhos; é cansativo como uma maratona, e é desgastante como a decepção.

domingo, 8 de novembro de 2009

Esperar

Não adianta. Confiar em si mesmo até o fim, ir até o último segundo da noite com os pés no salto, até a última gota das suas forças, até ao último pensamento de amor-próprio...
A gente sabe que não vale a pena, que não vai durar, que as coisas não são bem assim, mas, não adianta insistir pois a gente vai ficar esperando.
No final, vamos ficar esperando mesmo. No sentido exato e literal. De repente até sentadas num poof.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Ego

Enquanto tudo acontece, tudo muda, se transforma, toma proporções que nao se conseguem controlar, eu me fortaleço cada vez mais por dentro.
Tudo indica que posso, todas as alternativas me favorecem. Mas sempre existe um ponto fraco. E quando mexem com ele parece que tudo o que antes se conspirava a meu favor nada significa.
Só que não posso me focar nisso, pois é algo que não tenho como conduzir. Há uma verdade na vida: Não vale a pena se preocupar com o que não temos controle.
Decepção faz parte da vida, mas ela sempre acontece junto com mil oportunidades.
Pensemos nisso.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

sábado, 26 de setembro de 2009

Ciclos

A vida é assim...

indiferença
empolga
decepção
indiferença
empolga
decepção
decepção
indiferença
empolga
empolga
decepção
empolga
decepção

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Contramão

Uma empresa investir em negócios custantes em plena crise; uma agência de publicidade pôr em prática uma ideia nunca antes realizada no mercado; uma criança usar o velocípede de cabeça pra baixo transformando-o em uma máquina de balas; um ser humano ter como rotina comer a sobremesa antes do salgado.

Por quê não? Por quê não tentar agora? Esperar pelo melhor momento... quanto tempo ele vai demorar pra chegar? Ignoremos as opiniões alheias, os padrões e as formas. Acreditemos mais nas energias! Por quê somente acreditar em dados, pesquisas, gráficos e manuais, e não em memória, imaginação e intuição?
O ser humano tem esse poder. Ele não é só apto da razão... até porque usá-la sempre pode estragar.

Não ignoremos o fato de que inovando teremos muitas chances de errar. Mas é sempre assim, não é? Tudo o que fazemos, desde atravessar a rua até jogar pôquer têm seus riscos.
É claro que com algo nunca antes feito, podemos ter uma resposta não só indesejável como inesperada. Então ela iria ser ruim duas vezes.
Mas vivemos com chances de morrer a qualquer momento, e aí?

Assim como um carro que corre pela contramão para cortar caminho possui muitos riscos de falhas, porém, ao mesmo tempo pode chegar muito mais rápido ao seu objetivo do que aquele que escolhe ir pelo caminho habitual e correto, é alguém com uma ideia antes nunca executada por receio da repercussão da mesma.

sábado, 5 de setembro de 2009

Ser

Tudo é, todos são.
E se a possibilidade de ser é descartada, digo, se é certeza, tudo é agora e sempre. E antes.
Se somos, fomos. Se seremos, vivamos.

Ser é um estado, algo imóvel, porém ele parado é o que tudo move. É a condição única em comum entre cada objeto que existe.

domingo, 30 de agosto de 2009

O de sempre

Já me encontrei muitas vezes
Já soube o que falar
Me defender
Me alertar

Mas no meu ponto fraco
A razão se perde
Sem achar seu lugar
Se desencontra com a emoção
Que pede pra reinar

Nesses versos desabafo
Tentando encontrar
Como nas outras vezes
Um conforto, se lembrar.
Mas confio na vida
Pois ela já me mostrou
Que sou capaz de ser feliz
Como sou
Se eu escolhi assim
É porque quis.

Mas quem sabe o caminho
Sempre quer tramar

Um ciclo, pra enfrentar


3/08/09

domingo, 23 de agosto de 2009

Mais uma crítica

"Pode ser sábio não ver, não falar, não escutar, mas geralmente é alienação e pobreza"

Essa é umas das frases da Lya Luft que expressa muito bem as minhas concepções sobre as pessoas e o mundo.
Como se fosse uma cultura maior ficar retirado, retraído e calado, e, um crime se expressar, dizer o que pensa no momento que escapou e ser espontâneo, sempre foi assim que a humanidade imaginou ser a sociedade perfeita. "Não, porque em boca fechada não entra mosca.." Mas também não sai nada que interesse.
Essas pessoas que pensam que são mais inteligentes porque acham que não estão se expondo pois suas vidas super interessantes não dizem respeito a mais ninguém, a não ser a elas mesmas, não sabem o que estão perdendo. Viver somente para si não é saudável, e, me desculpe, muito menos sinal de esperteza.
Hoje é preciso se comunicar, perceber o olhar do outro, ouvir e refletir... Isso é pras coisas girarem. A cada vez que os contos, as frases, as palavras e todos os sinais respectivos de cada sentido humano circulam entre as pessoas, novas perspectivas e opiniões se formam. Cada um acaba se conhecendo mais, confirmando seus valores, mudando de ideias, cultivando sentimentos nunca vividos. E isso não tem preço. O mundo precisa cada vez mais dessa liberdade de expressão. Só assim seremos gradativamente pessoas menos preconceituosas, mais compreensíveis e flexíveis.
Vivamos.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Síndrome da perfeição

Quem não admite pra si mesmo que é normal falhar, quem não se permite errar e rever seus atos, rever suas atitudes, de repente até pedir desculpas, não é um ser humano consciente do seu nicho. Mas só o fato de perceber e realizar que um dos naturais do ser humano é errar, já está de ótimo tamanho.

Quem não consegue isso, precisa montar um personagem pra viver. Esse personagem não erra, fala tudo certo no momento que se deve falar, não se esconde nada e nem ao outro, é super pacífico e ainda tem as chances de se ver alguém hiper-cult que acha que gosta de um filme do Godard.

Enfim, pra que fingir que não erra? Assim se escondem duas coisas ao invés de uma só. Não é nada legal ser perfeito. E se você vir ou conhecer alguém que pareça ser perfeito, saia de perto. Por quê normalmente esse tem muito mais dificuldades que você.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Hipocrisia

Hipocrisia, ela existe sim. Mas ela existe sempre? Ou melhor, sem ela não conseguimos viver? De repente cada ser humano precisa dela um pouco, porém dentro do seu limite. Cada um com seu limite, e, se caso esse for ultrapassado, as reações e efeitos externos, quem sabe, não seriam tão agradáveis.
Não estou aqui a defendendo, apenas fazendo uma reflexão, tentanto não ser hipócrita em relação a isso. Isso, de repente é isso. Vai que é válido usar a hipocrisia pra alguns pontos da sua vida.. mais pra vc se sentir bem, sem tentar ao máximo ferir vc mesmo. E o outro também. O que seria de nós se não fossemos um pingo hipócritas? Little hipócritas? Hipócritinhas?
Agora, ser hipócrita junto com o pensamento de que tudo está perdido, ou com aquele do "já que"... enfim, aí eu particularmente não acho interessante.
Devemos sempre examinar nossos limites, nossos alcances... Assim como um pouco de hipocrisia, um pouco de egoísmo. Num bom sentido, é claro. Se gostar, ou pelo menos se permitir, se entender, é o primeiro passo pra olhar pro próximo. Vai ver que, nas vezes em que esse inicial não acontece, a hipocrisia tem um peso maior...

The forever questions

"Are we human?
Or are we dancers?
My sign is vital
My hands are cold
And I'm on my knees
Looking for the answer
Are we human?
Or are we dancers?"

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Poema meu

E os meus sonhos vão pra longe
Pra fora daqui
Enquanto vou me enganando
Cobrindo a solidão
E guardando as minhas verdades

Sou o que vejo
Sou o que vivi
Minha perspectiva me mostra um pouco sobre mim
E o que eu vou ser
Não me aflige mais
Pois o que sou
Sempre quis ser atrás

13/07/09