sábado, 29 de dezembro de 2012

A vida sem cor

A vida sem cor é um mistério.
A vida sem cor é sem samba, é sem bossa, sem música ao olhar uma paisagem.
A vida sem cor é sem risadas, sem amigos, sem curtição.
É sem leveza.
A vida sem cor é sem paisagem, não tem cenário. Não tem brilho, não tem olhares com intenções.
A vida sem cor é também estar preso e não conseguir sair, é só ver um lado, é sem paixão.

A vida sem cor é não ter planos, é não querer.
É preta e branca, sem possibilidades.
A vida sem cor é viver a fim de que?
A vida sem cor é tensão. Preocupação. Sombrancelhas franzidas. É intolerância, é impaciência.
A vida sem cor é sem família, é sem compartilhar.

A vida sem cor não pode ser pra sempre. E nem pra agora.
A vida sem cor não é merecida por ninguém, nem por mim.
A vida sem cor é não se importar, é não sair pra ver o que há. É não se movimentar. É esperar pra ver.

A vida sem cor é não cantar, é não berrar, é não estar feliz.
A vida sem cor é não notar os detalhes, é onde se perde a gentileza. É sem humor.
É preciso mudar. É preciso de cor.

A vida sem cor é não viver.

sábado, 13 de outubro de 2012

Eu sou o valor das coisas simples

de todos os espaços, encontrar o meu é uma sensação única. se eu o vejo e, melhor e mais, o reconheço, me reconheço como um todo. o reconhecer, pra mim, é: perceber que entrei em contato novamente (depois de muito, mas muito tempo) com a minha essência através do que a desperta. havia esquecido do que fazia ela despertar e, finalmente, reencontrei o caminho.
a vida é feita das menores coisas, pois são elas que despertam e fazem as maiores florescerem. o foco precisa ser no pequenino, no detalhe. senão, é capaz de nos perdemos no vasto.
porém o vasto ainda é rico, só que é preciso de um caminho até ele, que é através do átomo, do simples, do visível aos olhos... do concreto.
a certeza de si mesmo é a força necessária para o movimento do externo. então, basta encontrá-la (ou reconhecê-la, como fiz, pois já a havia achado), seguir com o coração no seu próprio chão, no seu próprio terreno, e, com os pés onde suas escolhas devam te levar.
a paz interior se torna, então, a felicidade nos mundos.
um até breve.


terça-feira, 10 de abril de 2012

Cadê?



É, logo eu perguntando isso. Sempre fui rodeada deles, mas agora os perco de vista.
Me pergunto se sou eu, se são eles, se é o tempo ou tudo junto.

Aquelas dúvidas podem estar adormecidas. Nunca morrem.
Quando reacendem, atravessam minha mente como a ventania da estação...

O tempo passou e elas permaneceram. Enquanto aquietaram, a vida correu, laços se estreitaram e outros se enfraqueceram.
Laços enfraquecidos, agonia. Agonia por não ter controle sobre o tempo e sobre cada momento não compartilhado com eles.

O que será? Aqueles e aquelas que sempre moraram no meu coração, do lado esquerdo e em cima. Confidência, exclusividade, olhos nos olhos.

A amizade e a compreensão mútua me movem desde criança. Sem elas, não existo. Confesso que perdi grande parte da minha personalidade; já nem uso mais as mesmas roupas.
Sobre como conviver com essa falta ainda precisarei refletir... Até o fim, eu não posso.

Sei do buraco no meu peito e, mutuamente - e ironicamente -, da aproximação de pessoas que cada vez menos têm a ver comigo.
Estou perto de quem não me quer tão bem e longe das que eu mais amo.

Espero que alguém jogue bastante terra para ele tampar.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O frio nem sempre é exagero...


O tempo ruim sinaliza.
As folhas já não são as mesmas.
Os galhos, frágeis e atados aos trocos enraizados.

O cinza recomeça e as nuvens são uma só...
O vento esperado chega sem espanto, porém é demorado.
O chão frio com a esperança de dias coloridos!

Quem passa por ali pela primeira vez?
E quem retorna?

O retorno ao sentimento é pior do que nunca antes ter lidado com ele...
Aqueles que sentem novamente passam pelo caminho cinza com a culpa de um dia ter ido ao encontro daquelas árvores.
Mas como não voltar?
Como não achar que o retorno faz parte da sua própria insistência?

Cadê aquele que sempre esteve com você nas caminhadas geladas?
Nas caminhadas quentes, corriqueiras, sorridentes e frígidas também.
O que aconteceu com ele? Ou com você?

De repente tudo parece pontual e simples... Meia volta pra casa.
A minha casa é quente e, o melhor: Lá estou eu.

Voltem sempre pras suas casas... É lá que está quem importa primeiro: Você.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Que Rei sou eu?


Essas últimas semanas estão me fazendo enxergar muitas coisas que já enxerguei, mas por algum motivo, as esqueci. Sabe quando certos acontecimentos se encaixam com outras conversas que se encaixam com um texto que você lê sem querer? Pois é. Isso tudo aconteceu comigo e me fez voltar a sentir um pouco do que eu já fui. Do que eu já pensei.

Cheguei a algumas conclusões, mas a que com certeza eu vou levar pra frente é essa aqui: Não posso achar que ter boa intenção basta. Claro que só ter a intenção não basta mesmo. Mas mesmo a expressando, que por acaso é uma das coisas que mais faço, algumas pessoas não a percebem. E se percebem, não a priorizam. E o mais interessante de toda odisseia é que, essas pessoas, são as que eu mais amo.

Sabe... Sou puro amor e pura compreensão. Generosidade não me falta. Sem falar de paciência. Sou inteiramente pro outro que amo... E perdoo. E repenso. E refaço. Me reinvento a cada momento em que não agrado.
Mas porque não agrado? Além da minha intenção, tem o meu amor e meus atos. Isso não
conta? Será que as pessoas se acostumaram com a minha extrema compreensão?
Talvez seja isso.

Mas já estou sem alguma paciência.

Um até.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Mudar

Mudar.
Mudar pra que? Pra quem? Pra você, pro outro, pro mundo? E se mudar pro outro também significa mudar pra você?
Essa é uma questão que parte unica e exclusivamente de dentro. As forças internas vão ser acionadas e exploradas até quando elas se esgotarem, pois, forças acabam. Agora resta esperar pra ver se, quando elas acabarem, ainda vai sobrar um pouco de essência e personalidade.
Se não for quem eu sempre fui mas isso passar despercebido pelo fato da mudança ter me trazido coisas positivas, muito bem. Mas se não, ou eu volto a ser como antes, ou... Volto a ser como antes.

Mudar nunca ê fácil pois muitas vezes a cultura não permite. A cultura é formada pelo meio em que se vive, pelos genes e pelos caminhos que formam as opiniões. Logo, o que é "mudar" pra você? Mudar de genes acho que não dá... E nem de história. Vamos de caminhos.

Um beijo e boa sorte.